CRÔNICA Nº 54 - A MORTE E A VIDA
Essa
crônica é dedicada à minha mãe
A morte é um grande mistério,
assim como a vida... a morte das pessoas que amamos é algo mais incompreensível
ainda. Buscamos explicações para tudo o que acontece na vida, mas é em vão. Quando
alguém adoece, rezamos pedindo cura, temos esperança, otimismo, mas de repente
descobrimos que nada no mundo impede a chegada da morte e que de nada adianta
pedir e rogar porque ela é implacável e nem mesmo quem a criou, seja o ser do
bem ou o do mal, evita o seu momento de chegar.
Ninguém nesse mundo desencarna,
falece, vai pra outro plano ou dimensão, seja o nome ou a definição que
inventem, nada, ninguém, nenhum ser carnal ou espiritual, nenhuma religião,
oração ou coisas afins evita esse triste acontecimento... passa pelas famílias
arrasando tudo, acabando os laços, separando seres que se amam profundamente,
separa apenas fisicamente, porque provavelmente todos ficamos ligados pelo
espírito, se é que isso também existe. A morte muitas vezes retira a fé, a
crença...
Hoje faz 26 dias que minha mãe
nos deixou... dizem que ela foi para o pai, dizem também que ela está no
paraíso, no céu, junto com Maria e São José, com Deus, com Cristo, enfim, dizem
tantas coisas... eu, sinceramente, não sei pra onde ela foi, só sei que foi, e
gosto de pensar que ela talvez esteja por aqui por perto, perto da gente ou em qualquer lugar onde o espírito possa ir pra
ver seus parentes que ficaram na
terra... e que nos olhe de onde estiver, que cuide de pai que ficou aqui
sozinho e triste, pois, viveram por 54 anos juntos, dormindo na mesma cama sem
nuca se separarem, só quando ela adoeceu, foi para o hospital e de lá não
voltou viva.
Sonho com ela insistentemente,
desde que se foi. Sonho quase todas as noites, de todas as formas imaginárias:
viva, dormindo, doente, andando, em festas junto com a gente, descansando,
enfim...
A pessoa que perdeu sua mãe ou
seu pai, ou aquela que já não tem nem um e nem o outro, jamais será a mesma
pessoa de antes, perder essas pessoas queridas é como deixar você sem
referência na vida, é um ser solto no mundo. Quando perde um deles e fica o
outro, a sua balança fica desequilibrada; um prato lá embaixo e o outro lá em
cima. Acho que quando uma pessoa perde os dois a balança se arrebenta em
definitivo, o equilíbrio acaba totalmente.
A saudade é avassaladora, a dor é
imensa e mesmo a pessoa não chorando, escandalizando, se arrebentando, ela está
ali, persistente, teimando. Muita gente chora; alguns muito, outros pouco; aliás, chorar é natural, é normal e os que ficam por mais fortes que sejam uma
hora desabam e choram. Muitas vezes não
adianta em nada, mas é necessário desabafar...
Falar pode ajudar, mas também não
é solução para o sofrimento. O sofrimento perdurará por muito tempo e se
passará um dia, não sei, mas é muito difícil viver sem a mãe, pois ela, é o
nosso norte, nossa bússola e sem ela de alguma forma nos perdemos.
Salvador, 30 e 31 de janeiro de 2013
Alba Brito Mascarenhas
quando uma pessoa que nos gostamos se vai, é como se faltasse algo de nosso corpo. Enfim, meus pesames, e que ela esteja bem
ResponderExcluirde: Chato ; ffilipe
eu estou sem palavras muito lindo esse texto lindas palavras um beijo de danivia visitarei sempre esse blog me fez muito bem ler sei q nao tenho muito tempo agora pra isso mais voltarei a estudar novamente bjo
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