quarta-feira, 5 de outubro de 2011

TEATRO


CRÔNICA  Nº 27
TEATRO
         O teatro é o ápice da arte. Ali, literalmente, recria-se a vida com várias licenças poéticas, dizer isso pode parecer redundância e de fato o é, visto que poesia, música, teatro,  tudo é literatura.
         Ir ao teatro, no Brasil, é algo para poucos. Ir ao teatro, na Bahia, é para pouquíssimos. Fazer teatro, então, é coisa das mais difíceis do mundo aqui nessas bandas brasileiras e baianas. Os motivos são vários: o incentivo e fomento à cultura é fraco, o ingresso é caro, os espaços são poucos, as pessoas têm pouco interesse por essa bela arte... atores e demais profissionais do teatro não faltam, a academia forma profissionais todos os semestres, mas onde trabalhar, o que fazer? Perguntas difíceis de serem respondidas, afinal todo recém-formado passa pelo mesmo dilema, mas nas áreas das artes isso é muito mais complicado.
         Apesar de todas  as dificuldade tem gente aí na estrada, lutando, botando seu talento e o de outros na rua, na batalha, a trancos e barrancos, sem nunca desistir, sem nunca se cansar, e um bom  exemplo disso é a CIA TEATRELADOS, de Feira de Santana que tem à sua frente uma parte da família Vega, mais especificamente, Susana Vega que é atriz, autora e diretora da companhia e das peças montadas por ela mesma tendo como seu maior apoiador e incentivador, o seu marido Edson Porto, que é o produtor. Essa é uma família de talento, visto que os dois filhos do casal também são atores, sonoplastas, iluminadores; enfim, uma família de múltiplas facetas e que leva o nome de Feira de Santana para todo o estado  da Bahia.
         Já assisti a dois espetáculos da CIA TEATRELADOS, O “Martins Que Pena” e agora o “Chicos, a Comédia que Todos Querem Ver”. Saí do teatro de alma lavada de tanto rir, tanto em um como no outro. Esse último é uma mistura de drama, comédia e musical bem embalada pela boa música de Chico Buarque de Holanda e ainda tem dança. É um espetáculo completo em que vários gêneros da arte estão presentes fazendo um corpo único com um especial jeito baiano de tratar as letras de Chico. Uma peça engraçada e muito inteligente, que trabalha a luz, o cenário, o figurino, a música  de forma harmoniosa, bonita e alegre.
         Não sou crítica de teatro, pouco sei dessa arte que eu tanto amo e que encanta a tantas outras pessoas, mas tenho sensibilidade suficiente, talvez por ser professora de literatura, para entender, saber e reconhecer um bom espetáculo de teatro, por isso fiz questão de me debruçar sobre este texto para assim poder homenagear a todas as pessoas que se dedicam a transformar a vida em plurissignificação, trazendo mais beleza e diversão por meio das artes cênicas.


Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 3 de outubro de 2011