CRÔNICA Nº 44
VELHINHOS DO BRASIL
A média de vida no Brasil, segundo o IBGE, em 1960, era de 48 anos, mas segundo o último senso, o de 2010, essa média pulou para 73,4 anos.
Essa verdade pode ser comprovada muito perto da gente, tendo pais e avós, ainda vivos, graças a Deus. Meus pais, por exemplo, têm 85 anos(pai) e 78 anos(mãe) e lá no meu interior, Baixa Grande-Bahia, tem muita gente com mais de 70; gente com 90, 100 ou mais anos. (Poderia citar alguns nomes, mas não tenho autorização para isso, assim ficam meus pais como exemplos). É incrível como se está vivendo mais hoje em dia.
É interessante saber que esses idosos têm função cada vez mais ativa na sociedade. Muitos são arrimos de família: criam netos e bisnetos, sustentam filhos, genros e noras com suas ínfimas aposentadorias. Outra coisa importante é que muitos deles vivem bem e com saúde; alguns são acometidos de doenças típicas da idade, hiper-tensão, falta de cálcio, açúcar no sangue etc., mas mesmo assim continuam tendo qualidade de vida.
Vendo essas pessoas tão guerreiras e verdadeiros exemplos de vida, fico a me perguntar: qual o segredo dessa brava gente, bravos velhinhos que conseguem viver com muita alegria e disposição, botando pra quebrar, botando a juventude no chinelo? Gostam de festa, barulho, jogam nas praças com os amigos, passeiam, viajam, trabalham, vão à missa, rezam e mantêm a fé e tudo isso os faz cada vez mais vivos.
Os filhos, netos e bisnetos das simpáticas criaturas idosas são felizes por terem ainda perto de si esses familiares tão especiais e que receberam a graça divina de terem uma vida longa. A felicidade dos idosos de terem suas famílias por perto faz com que vivam mais e melhor.
As mães idosas ainda vão para a cozinha fazerem comidinhas para agradar aos filhos, netos, bisnetos e até a genros e noras.
Os pais idosos, hoje em dia, já ajudam suas esposas nos afazeres domésticos e evoluíram com o tempo; o velho machismo passou, é outra era, e fazem questão de darem a sua parcela de contribuição.
Os que já vivem juntos há 40, 50, 60 anos, têm as suas vidinhas arrumadas, em harmonia, mas tem um detalhe: de vez em quando um ralha com o outro, discutem, mas se mantêm firmes naquele amor começado há tantos anos...
Os velhos de hoje namoram, tomam remedinhos para manterem o desejo sexual, não são bobos...
Viúvos continuam sua caminhada, pois não há o que se fazer senão viver, e procurar viver de forma saudável.
A cada ano que passa é mais um de celebração que os filhos promovem para mostrarem o seu amor. Festejar esses anos todos de vida é algo mais que justo, todos se juntam para darem festas, convidando os amigos e demais parentes para repartir essa longa vida.
Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 14 de julho de 2012.