sábado, 14 de julho de 2012

VELHINHOS DO BRASIL

CRÔNICA Nº 44
VELHINHOS DO BRASIL

          A média de vida no Brasil, segundo o IBGE, em 1960, era de 48 anos, mas segundo o último senso, o de 2010, essa média pulou para 73,4 anos.
          Essa verdade pode ser comprovada muito perto da gente, tendo pais e avós, ainda vivos, graças a Deus. Meus pais, por exemplo, têm 85 anos(pai) e 78 anos(mãe) e lá no meu interior, Baixa Grande-Bahia, tem muita gente com mais de 70; gente com 90, 100 ou mais anos. (Poderia citar alguns nomes, mas não tenho autorização para isso, assim ficam meus pais como exemplos). É incrível como se está vivendo mais hoje em dia.
         É interessante saber que esses idosos têm função cada vez mais ativa na sociedade. Muitos são arrimos de família: criam netos e bisnetos, sustentam filhos, genros e noras com suas ínfimas aposentadorias. Outra coisa importante é que muitos deles vivem bem e com saúde; alguns são acometidos de doenças típicas da idade, hiper-tensão, falta de cálcio, açúcar no sangue etc., mas mesmo assim continuam tendo qualidade de vida.
         Vendo essas pessoas tão guerreiras  e verdadeiros exemplos de vida, fico a me perguntar: qual o segredo dessa brava gente, bravos velhinhos que conseguem viver  com muita alegria e disposição, botando pra quebrar, botando a juventude no chinelo? Gostam de festa, barulho, jogam nas praças com os amigos, passeiam, viajam, trabalham, vão à missa, rezam e mantêm a fé e tudo isso os faz cada vez mais vivos.
        Os filhos, netos e bisnetos das simpáticas criaturas idosas são felizes por terem ainda perto de si esses familiares tão especiais e que receberam a graça divina de terem uma vida longa. A felicidade dos idosos de terem suas famílias por perto faz com que vivam mais e melhor.
       As mães idosas ainda vão para a cozinha fazerem comidinhas para agradar  aos filhos, netos, bisnetos e até a genros e noras.
      Os pais idosos, hoje em dia, já ajudam suas esposas nos afazeres  domésticos e evoluíram com o tempo;  o velho machismo passou, é outra era, e fazem questão de  darem a sua parcela de contribuição.
     Os que já vivem juntos há 40, 50, 60 anos, têm as suas vidinhas arrumadas, em harmonia, mas tem um detalhe: de vez em quando um ralha com o outro, discutem, mas se mantêm firmes naquele amor começado há tantos anos...
     Os velhos de hoje namoram, tomam remedinhos para manterem o desejo sexual, não são bobos...
       Viúvos  continuam sua caminhada, pois não há o que se fazer senão viver,  e procurar viver  de forma saudável.
     A cada ano que passa é mais um de celebração que os filhos promovem  para mostrarem o seu amor. Festejar esses anos todos de vida é algo mais que justo,  todos se juntam  para darem festas, convidando os amigos e demais parentes para repartir essa longa vida.


Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 14 de julho de 2012.