terça-feira, 18 de maio de 2021

    O JORNALZINHO A SAGRADA FAMÍLIA CHEGOU AO NÚMERO 18. ESEE NÚMERO TRATARÁ DA HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO E DO SEU ESCAPULÁRIO. TAMBÉM FALARÁ DAS LETRAS E PALAVRAS GREGAS QUE A IGREJA USA COMO SÍMBOLOS SAGRADOS. LEMBRANDO SEMPRE: 2021 É O ANO DEDICADO AO PAI ADOTIVO DE JESUS, SÃO JOSÉ, DETERMINADO PELO AMADO PAPA FRANCISCO. PROCUREM NA LIVRARIA, EM BREVE!  POSSO DISPONIBILIZAR AQUI EM SALVADOR, PESSOALMENTE. 




terça-feira, 19 de janeiro de 2021

 

NOSSA SENHORA APARECIDA

 

Aparecida,
Mãe amada e querida
Rogai por toda a vida
Pela tua filha sofrida
Pelo Teu Filho amado
Crucificado
Morto, torturado
Sangue derramado 
Por uma humanidade 
Que teima em ser desligada
Do amor daquele entronado
Que reina nos céus
Com olhos voltados 
Para filhos tão queridos
Tão amados
Tão sofridos 
Ó, Mãe querida, Aparecida
Seja sempre e para sempre 
O caminho da nossa vida!

 

Autora: Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 14 de outubro de 2016

 

domingo, 17 de janeiro de 2021

2021

 COMEÇANDO 2021 E RECOMEÇANDO A ADMINISTRAÇÃO DO MEU BLOG, CRÔNICAS DE ALBA: ESCREVER CRÔNICAS É ESCREVER A VIDA. 

 UMA SATISFAÇÃO PARA TODOS QUE, EM SUAS PESQUISAS, ENCONTRAM MEU BLOG: RETIRAREI TODA POSTAGEM QUE NÃO TENHA A VER COM OS TEXTOS LITERÁRIOS: CRÔNICAS,CONTOS E POESIAS,POIS ESTES SÃO OS QUE INTERESSAM À ESTA PÁGINA, ASSIM, ESPERO QUE RECUPEREMOS A NOSSA INTERAÇÃO. OBRIGADA, FELIZ 2021 COM UMA VACINA QUALQUER, QUE NOS SALVE. ALBA BRITO MASCARENHAS.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015


POEMINHA CATÓLICO

A IGREJA É DE TODOS,
DEVE SER ABERTA PARA TODOS,
DIZ O PAPA FRANCISCO,

 MAS A ARROGÂNCIA
PRODUZ FISCAIS DA FÉ,
A IGNORÂNCIA  PRODUZIDA POR ELES
AFASTA E MAGOA OS CATÓLICOS

 O PAPA DIZ
 “OS PADRES DEVEM LEVAR ALEGRIA...”
OS DE BAIXA GRANDE ENTRISTECEM...
ATÉ QUANDO?
ATÉ A IGREJA FICAR VAZIA?

 O PAPA DIZ:
QUERO A IGREJA COMO UMA CASA DE PORTAS ABERTAS... “

OS PADRES  DE BAIXA GRANDE FECHAM  AS PORTAS
DESOBEDECEM,
DESCONHECEM,
TEIMAM, VÃO  CONTRA TODOS,

ELES PEDEM  A AJUDA DO POVO,
MAS O IGNORAM,
TIRAM SEUS COSTUMES,
RECUSAM  PESSOAS,

CORAÇÕES IMPUROS,
MÃOS IMPURAS
DISTRIBUEM  HÓSTIAS  CONSAGRADAS
QUEM AS TOMARÃO?
DAQUI A  POUCO, NINGUÉM !

QUEM IRÁ À MISSA VIVO
SE  SERÁ RECUSADO MORTO?

OS MANIPULADORES  DA FÉ
QUEREM A IGREJA SÓ PARA ELES,
SINTO DIZER:
VOCÊS NÃO SÃO DONOS DA IGREJA
NEM DE SUAS  PRÓPRIAS VIDAS 
SUAS VIDAS E A IGREJA SÃO DE DEUS
ELE  SABERÁ  COMO JULGÁ-LAS

DESCOBRIRÃO UM DIA QUE  ESTÃO  SOZINHOS,
SEU TEMPLO ESTARÁ VAZIO,
PORQUE AS PESSOAS DEBANDARAM
E  DECEPCIONADOS
FORAM PARA  OUTRAS IGREJAS

ALGUNS  CONTINUARÃO  CATÓLICOS,
MAS LONGE DE VOCÊS,
PORQUE VOCÊS DESUNIRAM,
FORAM EGOÍSTAS E ARROGANTES
NÃO SOUBERAM QUE SER CRISTÃO-CATÓLICO
É SER FRATERNO E SOLIDÁRIO...

PACIÊNCIA!
SUAS CONTAS SERÃO COBRADAS!
APENAS AGUARDEM!

 

Autora: ALBA BRITO MASCARENHAS
Baixa Grande, 22 de fevereiro de 2015
Salvador, 07 de abril de 2015 -  Reescritura.

CRÔNICA Nº 67
SOLIDÃO: TER OU NÃO TER?

           

            As pessoas se preocupam muito com a vida dos outros esquecendo-se de suas próprias. Algumas chegam ao cúmulo de perguntarem às mulheres que não casaram, se elas são pessoas felizes ou tristes por viverem sozinhas, sem um marido, como se tê-lo fosse garantia de felicidade.
Não me casei e quando me perguntam se vivo na solidão ou coisa do gênero, respondo taxativamente: — não, não vivo na solidão, não sou infeliz, muito pelo contrário, adoro viver sozinha, faço o que quero, decido a minha vida, só dependo do meu dinheiro para viver e faço com ele aquilo que decido! Na minha casa tudo que boto no lugar  fica, minha bagunça é mantida sem que ninguém reclame. Amo a minha vida.
Ser uma pessoa bem resolvida emocionalmente ajuda muito nas questões ligadas ao viver só. Ter uma mente sã faz a pessoa “tirar de letra” os momentos ruins. É claro que nós, mulheres, necessitamos ter um homem que nos ame e queira dividir sua vida conosco, mas o fato de não tê-lo não implica na nossa total infelicidade, muitas vezes, a presença de um homem na vida de certas mulheres as atrapalha e aí sim, as fazem infelizes.
Eis um impasse próprio da vida, e para tentar explicar e entender, parafraseio o “ Ser ou não ser, eis a questão”, de Shakespeare, em Hamlet, perguntando:  ter ou não ter? Eis a questão. Ter um homem e apesar disso ter solidão? Não ter o homem e ter solidão? Não ter um homem, não ter solidão e ainda assim ser feliz? Ser feliz mesmo estando na solidão?
As questões estão postas.
Estar sozinho nem sempre significa estar na solidão. Na realidade você pode sentir solidão em meio a muitas pessoas.
Penso que não há solidão maior do que não ter mãe ou pai, pois eles são os nossos nortes, nossas referências e exemplos de vida e sem eles somos como bússolas quebradas e aqui eu afirmo: solidão é não ter os pais para beijar, abraçar e dividir suas preocupações e problemas. Não ter um homem é “fichinha” perto de não ter mãe ou pai.
            A solidão pode ser uma grande aliada. Os escritores precisam dela para escrever, pois não se cria em meio ao caos. Atores para memorizar textos; professores para planejar seus trabalhos, políticos para planejar suas mentiras,  religiosos para meditarem, mas não se pode nem se deve cair em sua armadilha porque,

a solidão é o “underground” do homem,
 no fundo da alma moram a tristeza,
a melancolia, a depressão.
Estar sozinho na  multidão,
pensamentos em turbilhão.
Buscar a si mesmo,
  com força descobrir-se,
lutar para curar-se,
deixar o túnel escuro do estar só,
voar para a liberdade e ser feliz.
Seguir em frente
 rumo ao encontro com as pessoas,
com o amor, com a vida em família
e  finalmente o encontro com a paz,
pois às vezes ficar só é importante, a solidão faz bem em alguns momentos, mas não podemos pautar a  nossa vida por ela, senão ela nos toma,  abarca  nosso ser e nos prende no seu alçapão e para sair dele dá trabalho e muita confusão.

Alba Brito Mascarenhas

Salvador, 19 / 31 de dezembro de 2013.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

RASCUNHO - CRÔNICA Nº 65



CRÔNICA Nº 65
RASCUNHO

            Este texto merece um alerta. Por favor, não me julguem, o que vou escrever é apenas a transcrição, o relato de uma conversa de uma mulher de 47 anos e uma menina de oito anos.
            Numa bela tarde de domingo, em 06 de fevereiro do ano de 2011, na Praia do Flamengo, conversava com minha sobrinha, Vanessa, sobre coisas da vida e neste diálogo agradável, falei sobre uma garçonete da barraca de praia do pai dela, que chamarei de Juquinha para preservar sua identidade. A conversa se deu como abaixo:
Perguntei pra minha sobrinha:
 − Vanessa, pra você Juquinha é homem ou mulher?
Ela respondeu prontamente:
− Homem!
Eu continuei:
− Sim, mas...  você sabia que Juquinha não é homem de verdade, que ele na realidade é mulher, ele nasceu mulher, só que tem corpo e jeito de homem, se veste como homem, age como homem?
            A menina, muito esperta, ao escutar aquilo, tira uma conclusão genial  dessa minha palestra e pra ser muito sincera, até hoje estou espantada com a dedução  que a mocinha chegou a respeito do assunto.
 − Ah, Aba, entendi! Ela é um rascunho!
            Precisa de maiores explicações?



Autora: Alba Brito Mascarenhas
DATA ORIGINAL: Salvador, 11 de fevereiro de 2011
REVISTA E REESCRITA  EM:  Salvador, 02 de agosto de 2014

ANDANDO NO SHOPPING - CRÔNICA Nº 09



CRÔNICA N° 09
 ANDANDO NO SHOPPING

            Andar em shopping é coisa  complicada para mim. Por lá sempre me perco. Nunca sei onde é a entrada ou a saída; onde está a loja A ou B; praça de alimentação ou banheiro; enfim, um verdadeiro inferno, pois não tenho a menor  noção de espaço, pelo menos, não em shopping.
            Outro dia fui a um desses, daqui de Salvador. Para achar a saída que eu queria foi o maior trabalho. Dei várias voltas, entrei em lojas, aprecei mercadorias e até comprei. Logo que cheguei fui a  uma loja onde uma amiga minha trabalha  e  por milagre achei de primeira, só que ela não estava e tive que ficar enrolando, andando, para depois voltar... o problema foi essa volta àquela loja. Deu um trabalho dos diabos: entrei, saí, rodei  e nada, lá para as tantas, finalmente achei  a tal loja e a amiga, algo surreal.
            O shopping talvez seja o maior da cidade. Tem algumas saídas para várias partes naquela área onde está localizado, daí, já viu, achar a saída que eu queria é que foi o “X” da questão. Passar  nos mesmos lugares várias vezes é moleza, é o normal para uma pessoa perdida e àquela, altura, apertada para ir ao banheiro, ao mesmo tempo em que se quer achar a saída, é dose pra leão. Assim, andar em shopping pra mim é muito divertido, mas também muito cansativo.
            Ufa!  Achei o banheiro, o cinema, a praça de alimentação, a farmácia, enfim, a saída... fui...

Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 15 de maio de 2014


CRÔNICA Nº 62
RUA LUIZ MARIA

            A Rua Luiz Maria, na Feira do Curtume, Cidade Baixa  passou  muitos meses com verdadeiras crateras, atrapalhando e atrasando o trânsito e consequentemente a vida de todos os que passam por ali.
            Muito bem, os apelos para dar um jeito na rua foram insistentes e, enfim, a prefeitura se sensibilizou e resolveu consertar a tal rua. Trânsito interditado por muitos dias. Primeiro sem obras, depois com as obras. Não demorou muito  e a rua ficou pronta em tempo recorde.
            Ficou  perfeita, linda, lisa; todo mundo passando com rapidez, nada de retenção, uma beleza. Acharam maravilhosa, mas todos nós, os motoristas e pedestres nos fazíamos  uma pergunta, aquela que não queria calar e teimava em ficar na nossa cabeça:: até quando teremos essa rua assim, sem problemas? Até a próxima chuva? A rua aguentará os caminhões e ônibus?  As desconfianças eram muitas, pois, o trabalho foi rápido dema
            Até duas semana atrás, sem chuva, tudo estava bem; aliás, significam duas semanas após a entrega... pois bem, com mais de uma semana de chuvas na cidade, a rua já não é a mesma, começou a “derreter”: a  água  começou a acumular junto ao meio fio, os buracos reapareceram, o asfalto está estufando e os carros já começam a parar em filas. Esta afirmação  é feita por mim mesma, já que trabalho no Lobato e em Plataforma  e passo  por ali duas vezes ao dia. 
            É necessário que façamos novas perguntas: e  agora? Voltaremos para o engarrafamento? Terão que interditar de novo para fazer remendos? A resposta é óbvia. Sim. Tudo isso, em poucos dias será feito, porque se as chuvas continuarem a rua ficará igual ou pior do que estava antes e voltaremos a passar pela rua paralela à esta, pela Régis Pacheco, pegando filas e filas de carros e tendo que sair de casa uma hora antes do necessário para chegarmos em tempo hábil ao trabalho. Quem anda de ônibus? Estes, terão que sair de casa muito mais cedo ainda.
            Há consertos e consertos, deve-se saber separar um e outro; os engenheiros da prefeitura que provavelmente ganham rios de dinheiro  para fazerem seu trabalho, devem planejar melhor as reformas da cidade para que o trabalho e o dinheiro do povo não vão por água abaixo, junto com o lixo da cidade. Infelizmente não basta a boa vontade da prefeitura em fazer as obras, as obras precisam ser bem feitas, bem acabadas, com material de qualidade para que o povo tenha a qualidade de vida que deseja, vivendo em uma cidade como Salvador, chamada de “Cidade Mãe” do Brasil, mas que mãe é essa, que não cuida de seus filhos e de sua casa? O responsável por ela terá que se esforçar mais para botar tudo nos eixos.
            Nosso papel é torcer para que tudo dê certo e que nosso cantinho de viver seja melhor e mais confrtável.

 

Alba Brito Mascarenhas

Salvador, 16 de outubro de 2013

CRÔNICA Nº 59

A VIDA DOS CEGOS


            É difícil imaginar a vida das pessoas cegas ou de pessoas que tenham quaisquer outras deficiências.
Fico pensando nos cegos porque os acho mais frágeis, por eles não conseguirem olhar nos olhos dos outros e sentirem se são sinceros  ou não. Penso nos riscos que correm ao atravessarem as ruas, ao perguntarem algo a alguém e serem enganadas, enfim... nas dificuldades e perigos que passam  andando pelas cidades deste país.
Onde moro, Salvador-Bahia, vemos cegos pelas ruas, indo ao médico, aos institutos onde aprendem braile, passeando em shoppings etc. No meu bairro vejo sempre um casal (homem e mulher) de cegos, os dois parecem que são casados ou são irmãos, não sei bem, mas a mim, parece mais que são casados. Andam por toda a parte, um segurando o braço do outro. Vejo muitas pessoas ajudando, orientando, avisando sobre quando atravessar as ruas e  dizendo os lugares onde estão. Fico impressionada como confiam na palavra daqueles que não veem.
Hoje foi a minha vez de ajudá-los. Um dia atípico na cidade, “blackout”  no Nordeste e em consequência em Salvador. Já com a energia restabelecida mais ou menos quatro horas depois, estava vindo do supermercado e passei no ponto de ônibus onde o casal costuma pegar o transporte, não havia absolutamente ninguém além deles naquele lugar, naquele horário, e pensei:
“Meu Deus, quem vai ajudá-los?”
Estava andando rapidamente, mas ao vê-los sozinhos, olhei para trás e vi que estava chegando um ônibus no ponto. Uma luz se acendeu em minha memória, talvez uma intuição  e uma vaga lembrança de que aquele ônibus era o que eles costumavam pegar, em outras ocasiões os vi tomando aquele transporte para aquele bairro. O “buzu” parou, eu voltei e perguntei pra eles:
- Pra onde vocês vão? Que ônibus vocês pegam? 
O homem não respondeu, mas a mulher  falou o lugar. Aí eu disse:
- O ônibus é este que parou.
Dei a mão para o motorista esperar, ele esperou e eles foram embora, um pouco antes de subirem o homem cego perguntou:
- É Tânia?
Eu respondi:
- Não. Seu ônibus é esse, tchau!
Não dava tempo me apresentar, explicar quem eu era etc.
Continuei a minha caminhada até a minha casa e fiquei muito feliz por ter podido ajudar. Normalmente já faço isso, ajudo as pessoas que precisam pela rua: atravesso pessoas idosas, cegos, dou informações corretas, levo até os lugares, se for necessário, cedo o lugar no ônibus. Ajo politicamente correto sempre que é necessário, não pra aparecer, mas porque aprendi com meus pais a respeitar e a tratar bem todas as pessoas.

 

Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 28 de agosto de 2013

 

CRÔNICA Nº 63

UBERLÂNDIA E UBERLÂNDIA


            Uberlândia é um nome estranho. É nome de uma cidade de Minas Gerais, mas também é nome de gente e é aí que a “porca torce o rabo”, porque geralmente as pessoas acham super estranho uma pessoa se chamar assim, com nome de cidade.
            Conheço a cidade de Uberlândia, em Minas Gerais e conheço uma pessoa que se chama Uberlândia, minha amiga. Ambas são legais. A cidade grande, organizada, dividida em quadras, toda formal. Trânsito organizado, cheia de semáforos e as ruas cheias de sinalização horizontal. A amiga é igualmente organizada, cheia de técnicas, de frescuras, alergias, mas uma excepcional pessoa: atenciosa, amiga, cuidadosa e tem uma memória invejável; lembra até das vírgulas de outrora.
            Nomes iguais, mas coisas completamente diferentes; cidade, gente, gente, cidade...
            A pessoa tem vontade conhecer a cidade e a cidade um dia poderá receber gente que tem seu nome, será um prazer para ambas, pois ambas são simpáticas e queridas, me trazem momentos de alegria e boas amizades.
Enfim, gente e cidade se completarão com seus nomes grandes e estranhos, ligando-se como num triângulo: nome-pessoa-cidade.

 

Alba Brito Mascarenhas

Salvador, 18 de novembro de 2013.

CRÔNICA   61

TODO MUNDO É INSUBSTITUÍVEL

 

A famosa frase “ninguém é insubstituível” é a coisa mais idiota que as pessoas passam a vida repetindo com o maior orgulho e como se todo mundo fosse obrigado a aceitar de bom grado e com sorriso largo. Isso é o que todos os dias se ouve e se lê.

Todos repetem: professores, médicos, advogados, enfim, a maioria das pessoas diz isso. Agora, perguntem a uma mãe ou a um pai se seus filhos são pessoas substituíveis; perguntem a um filho se sua mãe e seu pai são substituíveis.... aposto que todos, inclusive aqueles que acham bonito repetir a frase “ninguém é insubstituível”, dirão: não, um filho não substitui o outro; não, minha mãe, meu pai, meu irmão, todos são insubstituíveis.

É elementar que quem fala “ninguém é insubstituível” não pensa, não avalia, não analisa a frase. Ora, se “ninguém e insubstituível”, então, tanto faz você perder as pessoas que você ama? Vê-las morrer, ir embora para sempre, saber que nunca mais as verá?

Claro que todos nós somos insubstituíveis. Cada pessoa é uma pessoa, cada amigo é um amigo diferente, cada mãe, cada pai, cada filho, cada pessoa é uma pessoa única e, evidentemente, insubstituível. Quem inventou a tal frase pensa o quê? Pensa que foi feito em série? Se assim o fosse, ainda assim, cada pessoa da série seria uma pessoa diferente, seria um novo ser com suas peculiaridades e suas individualidades.

As pessoas receberam inteligência de graça para uma função específica: raciocinar. Tenho ouvido tantas coisas que me deixam preocupada. Falam um mundo de besteiras, revelam pensamentos arcaicos, fora de moda, coisas sem nexos, às vezes penso que estou vivendo em um planeta estranho. O pior é que a gente escuta essas coisas por aí que vão se reproduzindo, passando de geração em geração e virando senso comum. O senso comum não é bom conselheiro.
Por favor, pensem antes de falar, seja quem for!

 

 

Salvador, 07 de outubro de 2013

Alba Brito Mascarenhas

 

domingo, 4 de agosto de 2013


   CRÔNICA Nº 58
O DIA QUE SE ACENDEU
        Acordo para trabalhar por volta das 5h30min, enrolo um pouco com preguiça de levantar, mas lá para as 6h da manhã eu saio da cama. O tempo anda muito fechado e aí a preguiça é ainda maior.
       Ontem eu acordei mal-humorada, chateada, triste, nervosa e ao invés de me arrumar pra sair eu deitei no sofá. De repente ao fechar os olhos uma luz se acendeu do outro lado da minha cortina azul e branca. Aquela luz era a luz do dia, o tempo se abrindo, mas não se abrindo como normalmente... abriu de uma só vez, como uma lâmpada que se acende numa sala escura. Tomei o maior susto e imediatamente me pus de pé, tal foi minha surpresa com o fenômeno. Vemos o tempo abrir-se aos poucos; aos poucos a luz vai dando lugar à escuridão, mas de vez como foi, me deixou, além de surpresa, encantada. 
     O dia 17/07/2013 foi muito especial e nunca vou esquecer a sensação de ver o dia acender e iluminar toda a minha casa e por conseguinte a minha vida. Foi lindo, espantoso, maravilhoso e ao mesmo tempo assustador.



Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 18 de julho de 2013

CRÔNICA Nº 57
O CACHORRO SABIDO
             Para trabalhar devo pegar ônibus que em geral são cheios e apertados, por isso decidi que desceria para o Dique do Tororó, em frente à Arena Fonte Nova, para pegar o transporte vazio e poder ir sentada até a escola. Desço uma ladeira enorme chamada Ladeira do Pepino. Ela é longa e íngreme e quando você pensa que acabou ela recomeça, pois na sua metade tem uma grande lombada que dá impressão de que ela acabou, mas qual nada... ela continua, mas como não é infinita, ela acaba na pista do Dique. Pois bem, ali há uma sinaleira que demora cerca de dois minutos e meio para abrir para que possamos passar. 
           As pessoas se aglomeram de um lado e de outro da pista, no passeio, e em meio a tanta gente de vez em quando tem um ou outro cachorro da redondeza. O mais freqüente é um cachorro branco, de tamanho médio e com pouco pelo.
           O cachorro branco senta em meio ao povo e fica ali, paradinho, nem o rabo mexe, fica atento, olha os carros passando e fica. Algumas pessoas se arriscam e atravessam em pleno sinal vermelho, mas aquele cachorrinho jamais faz essa besteira. Ele aguarda com paciência o momento em que a sinaleira ficará verde pra que possa passar. O sinal abre e ele imediatamente se levanta, todo garboso e com passos firmes atravessa junto com todo mundo.
         Bicho sabido, inteligente, cumpridor da lei de trânsito, muito mais esperto que muita gente que teima em arriscar a própria vida desobedecendo uma simples lei.
          Esse cachorro, é ou não é porreta?


Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 18 de julho de 2013