CRÔNICA
Nº 65
RASCUNHO
Este
texto merece um alerta. Por favor, não me julguem, o que vou escrever é apenas
a transcrição, o relato de uma conversa de uma mulher de 47 anos e uma menina
de oito anos.
Numa
bela tarde de domingo, em 06 de fevereiro do ano de 2011, na Praia do Flamengo,
conversava com minha sobrinha, Vanessa, sobre coisas da vida e neste diálogo
agradável, falei sobre uma garçonete da barraca de praia do pai dela, que
chamarei de Juquinha para preservar sua identidade. A conversa se deu como
abaixo:
Perguntei pra minha
sobrinha:
− Vanessa, pra você Juquinha é homem ou
mulher?
Ela respondeu prontamente:
− Homem!
Eu continuei:
− Sim, mas... você sabia que Juquinha não é homem de
verdade, que ele na realidade é mulher, ele nasceu mulher, só que tem corpo e
jeito de homem, se veste como homem, age como homem?
A
menina, muito esperta, ao escutar aquilo, tira uma conclusão genial dessa minha palestra e pra ser muito sincera,
até hoje estou espantada com a dedução
que a mocinha chegou a respeito do assunto.
− Ah, Aba, entendi! Ela é um rascunho!
Precisa
de maiores explicações?
Autora: Alba Brito Mascarenhas
DATA ORIGINAL: Salvador, 11 de fevereiro de 2011
REVISTA E REESCRITA EM:
Salvador, 02 de agosto de 2014