sexta-feira, 20 de abril de 2012

SALVADOR: UMA CIDADE "SUI GENERIS"

CRÔNICA Nº 37
SALVADOR: UMA CIDADE "SUI GENERIS"

     “Amer subway”,“subte”, “sotterranea”, “métro”, “U-Bahn”:  são traduções, em várias línguas, do nosso querido transporte coletivo metrô, que é um trem especial porque anda por cima e por baixo da terra só que com velocidade e qualidade superior ao trem normal. Pois bem, ocorre que em qualquer cidade do mundo esse transporte  funciona quase que perfeitamente, mas aqui em Salvador o bendito metrô, que é o menor do mundo, e, tem como  apelido “metrô calça curta”(não me perguntem quem deu este nome, pois eu não sei, vi isso num site da net)há 12 anos não decola, foi cortado pela metade, já consumiu mais de 1 bilhão de reais, está sob suspeitas  de falcatruas; assim as obras nesses 12 anos foram paralisadas “trocentas” vezes...
    Nosso metrozinho além de todas as peculiaridades acima, ainda tem uma: não tem banheiros nas estações. Onde já se viu uma coisa dessa, num lugar onde passarão milhares de pessoas, não há banheiros para os passageiros fazerem suas necessidades quando estiverem apertados?! Incrível, só acontece aqui!
    Aqui em Salvador sempre acontecem coisas inconcebíveis. Além dessa do metrô, há uma  outra  que merece uma reflexão arquitetônica e de engenharia civil. É o caso do viaduto que deveria terminar na boca do túnel, mas se desencontrou. O viaduto terminou a metros de distância, à direita do túnel e está lá pra quem quiser ver, perto da Feira de São Joaquim. A obra faz a ligação entre o porto de Salvador, que é na cidade baixa, à cidade alta, através do bairro da Soledade, facilitando a viagem dos caminhões que trafegam com carga pesada até a BR-324. Foi um “pequeno erro de cálculo” que fez esse absurdo jogando fora milhões de reais, milhões de pingos de suor do povo baiano que paga seus impostos em dia e trabalha de sol a sol para isso. Serão gastos mais alguns milhões de reais para refazer o projeto, tentando consertar a burrada de gente incompetente que não sabe fazer seu trabalho direito.
    Listar as besteiras feitas na cidade não cabe num só texto, eu teria que escrever dezenas deles, porque o que se vive nesta cidade são verdadeiros desastres  administrativos e que deixa todos os moradores perplexos e quase sem palavras para expressá-los.



Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 19 de abril de 2012.