CRÔNICA Nº 57
O CACHORRO SABIDO
Para trabalhar devo pegar
ônibus que em geral são cheios e apertados, por isso decidi que desceria
para o Dique do Tororó, em frente à Arena Fonte Nova, para pegar o
transporte vazio e poder ir sentada até a escola. Desço uma ladeira
enorme chamada Ladeira do Pepino. Ela é longa e íngreme e quando você
pensa que acabou ela recomeça, pois na sua metade tem uma grande
lombada que dá impressão de que ela acabou, mas qual nada... ela
continua, mas como não é infinita, ela acaba na pista do Dique. Pois
bem, ali há uma sinaleira que demora cerca de dois minutos e meio para
abrir para que possamos passar.
As
pessoas se aglomeram de um lado e de outro da pista, no passeio, e em
meio a tanta gente de vez em quando tem um ou outro cachorro da
redondeza. O mais freqüente é um cachorro branco, de tamanho médio e com
pouco pelo.
O cachorro branco senta em meio ao povo e fica ali,
paradinho, nem o rabo mexe, fica atento, olha os carros passando e
fica. Algumas pessoas se arriscam e atravessam em pleno sinal
vermelho, mas aquele cachorrinho jamais faz essa besteira. Ele aguarda
com paciência o momento em que a sinaleira ficará verde pra que possa
passar. O sinal abre e ele imediatamente se levanta, todo garboso e com
passos firmes atravessa junto com todo mundo.
Bicho sabido,
inteligente, cumpridor da lei de trânsito, muito mais esperto que muita
gente que teima em arriscar a própria vida desobedecendo uma simples
lei.
Esse cachorro, é ou não é porreta?
Alba Brito Mascarenhas
Salvador, 18 de julho de 2013
Revi hoje com meus alunos o meu blog.
ResponderExcluirLegal!
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